O diabo é deus de folga



Terminei de ler em 3 dias o livro: "50 anos a mil", autobiografia do Lobão.
Apesar de muitos anos nos separar, revi minha infência no Rio de Janeiro e minha adolescência, já tão influenciada por esse cara. A leitura foi deliciosa, morri de rir umas 3 vezes, foi encantadora, descobri um bom escritor. Foi desconcertante, ler uma pessoa falar de vida e morte com o mesmo tom. Foi apaixonante, mais do que poderia esperar.
Namorei o livro na Livraria Cultura mas decidi não comprá-lo, porque achei MUITO caro. Um dia depois ganhei de uma amiga: "Olha isso, é a tua cara!" Livro pesado, 590 páginas, "... passarei os próximos 4 anos às voltas com minha precariedade, minha coverdia ... minhas descobertas." Não. Passou toda uma vida. E assim, esse cara, o Lobão me recorda que infelizmente, estamos em tempos onde o comandante nascimento é o herói nacional (com todo alto teor de ignorância das mais precárias e articuladas que vem na bula desse nojo deTropa de Elite, junto com seu personagem principal).
 Mas isso não vale a pena. Junto com Lobo, também cresci, e confesso que as músicas e letras do seu universo paralelo são mais bonitas. Me pareceu uma transição necessária e natural, algo como uma mudança do traje de algemas na cintura para  sua própria pele. Difícil e corajosa empreitada, que todos, sem excessão, uma hora ou outra da vida, percorremos. O rock, nunca erra...

Já escrevi algo aqui sobre Lobão, uma poesia em forma de música, como muitas que ele faz. O bom de um espaço virtual chamado blog, é a falta de pretenção e a arrogância de imaginar que se pode falar com o... nada. Aqui, é possível dizer com IMENSO respeito pra ele: Cara, Lobão, obrigada! Você é o meu herói. Herói traidor, que diz e des-diz, que encanta e desencanta, que se procura e se acha, que erra, falha e ri, de forma absolutamente genial. O cara da minha históra, que  um dia acaba descobrindo que avida é doce. Que seja muito doce prá você Lobão!!!

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