Senhas


Faz algum tempo tenho me debruçado literalmente nos trabalhos de artistas: Ana Mendieta, Carolee Schneemann, Michel Journiac, Gina Pane, Pollock, Marina Abramovick, Frida Kalo, Orlan, Joshua Hoffine. Também andei lendo Julia Kristeva, Grusberg e sempre Freud.. A questão é a da intenção artística A pergunta inicial, lá em 2005 foi: “não tem arte na sua vida?”, vinda de um pintor/poeta italiano. Essa não é uma pergunta ingênua. Ela questionou minha linguagem, minha forma de integração no mundo, meu corpo. A beleza... a beleza onde estaria? Para Platão na manifestação do bem, para Aristóteles na simetria, para Hegel no verdadeiro, para Kant no que agrada universalmente, para Orlan, na resistência, no desafio do a prioris, na desordem do pensamento, fora das normas, fora da lei, fora do nosso conforto. No abjeto? No caos? Onde?
Para  Kristeva, abjeção é o que perturba a identidade, o sistema, a ordem. Cabe a arte transformar o material rejeitado pela sociedade e integrá-lo novamente (já um outro)?

Essa quebra de conforto baliza agora minha secreta construção de mundo.

Freud: “O estranho é aquilo que deriva seu terror não de algo externo ou desconhecido, mas de algo estranhamente familiar que supera quaisquer esforços do indivíduo para se separar dele. O estranho é o familiar que se torna estrangeiro.” (1919)

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