Durante, quase liberta
"quem tem olhos prá ver o tempo soprando sulcos na pele
eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença"
(Poemas Tempo - Viviane Mosé)
...
tempo, se você tem que me comer, que seja olhando nos meus olhos e de frente...
No durante, anda a vida, a passos largos, muitas vezes inalcansáveis, que se atropelam.
A menina, hoje uma boneca viva. Com licença prá poder ser quem queria a 20 anos atrás.
Mas... ainda há tempo... para um esmalte negro com estrelas brilhantes que parecem a noite.
A ausência está sempre em quem fica, não em quem vai...
"Mas tem coisa boa: você também não tem mais saco para mentir 1) para os outros; 2) para si próprio. Nem saco, nem tempo, nem interesse nessa merda toda. (...)
Sabedoria, no god, ninguém está interessado, (...) Cultura definitivamente, no god, não dá ibope...
Outra: não vou ficar aqui repetindo todos aqueles clichês que você ouve dia e noite há milênios sobre morte, velhice, declínio, porque a idéia é abrir caminho em direção a algo novo, algo que nem eu nem você nem ninguém sabe ainda, e a via de acesso seria a proposta de uma poética da maturidade que evoluísse – como se isso fosse possível – na corda bamba entre o sublime e o ridículo. Não. Pode ser feito."
(Por uma estética da Maturidade - Marcia Denser)