Sem nome

"¿Cuánto de esto es amor?
¿Cuánto es deseo?¿
Se pueden, o no, separar?
Si desde el corazón a los dedos
no hay nada en mi cuerpo que no hagas vibrar."
(Jorge Drexler)

Subo bem alto, desço no fundo
Não te encontro, está na minha frente
Te esqueço, te lembro
Perco a memória
Calo, grito, canso
E amo ainda mais no próximo minuto
É pouco, muito do que te disse
É tanto que não vejo
Cega e lúcida
Carrego o peso da tua mão
Sem guia no dia seguinte

Fica mentira só mais um pouco
Não vai tão cedo, não gasta palavra
No céu azul, da mágica perdida
No vermelho da cor do teu dia
De eterna vigilância...

Tão doce quanto o dia, diria, é tua indecência
Tão perdido de si, em completa orgia
Fala tua pálida voz em outra língua
Me prova, me explica, me toma, me grita
Eu que sou surda, dou a voz a tua palavra
E ouço, fala a minha língua, diz poesia
Porque não te entendo, me explica
Porque não te vejo, me mostra
Porque não te sou, me faz.

E refaz violenta, lentamente a tua morte em mim.
No dia em que se calou pela distância
Na ânsia imoral de te ter corpo, de te ter sem fim

A vida pulsa, cheia de falta de um tempo
Que existiu por uma fração de segundos
E deixou cheiro, gosto, marca
De algo do qual nem se lembra
Um som de sirene, e o gosto do café
O silêncio do mar depois da tempestade
A ausência que me cobre todos os dias, a saudade
De quem nem ao mesmo conheci

Eu escrevo para quem?

Comentários

Bom gosto nas escritas poéticas. Parabens...e obrigado pelos comentários. Passarei outras vezes por aqui.

Bjos
Ghosts in me disse…
¬¬ vc escreve para vc!!!

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