Tempestade

Tempestades de areia no meio do mar deserto,
meus olhares distantes não deixam de vê-lo por perto,
Eu grito pros surdos meu silêncio estridente
Repetir, repetir , repetir… até ficar diferente

Amor seria se
não fosse esse mato seco
sem gosto na boca
saliva quente
te mastigando a língua
Saudade seria se
te engolindo sem dentes
ainda assim, cru
Me deixasse a única dor
de te amar

Me joga o silêncio como facas
Sangra toda boca banguela
Seguro uma a uma com os dentes que não existem
E te devolvo em carne-viva

(prá lembrar das mãos dadas no cinema
prá te lembrar que não consigo ficar na cama
onde esteve e disse tantas vezes
e que achei que que gostava de dormir
mas nada
nada é pior
que o silêncio da tua palavra
diante disso)